Redação Pragmatismo
Educação 12/Ago/2014 às 15:21 COMENTÁRIOS
Educação

Estudantes reagem à homofobia e ao machismo em sala de aula

Publicado em 12 Ago, 2014 às 15h21

Reações de alunos fazem professores evitar piadas machistas, racistas e homofóbicas. “O humor que oprime alguém não merece a risada de quem assiste a aula. Que as piadas sejam inteligentes o suficiente para tirar sarro do opressor, não do oprimido”

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Geovane Lucas, Causas Perdidas

As piadas típicas de cursinho pré-vestibular estão com os dias contados. As direções de instituições preparatórias frequentadas pela classe média paulistana tem orientado seus professores a suspender comentários jocosos para evitar processos judiciais.

Vários alunos, em especial alunas, têm reclamado do que consideram homofobia, machismo e racismo aos seus pais e acabam cobrando explicações de piadas como “o movimento feminista mais importante na historia é o movimento dos quadris”.

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“Virei chato. Não faço mais brincadeiras. Minhas aulas estão terminando mais cedo. Passo exercícios a mais”, diz um professor do Integratus, que não quis se identificar.

Um professor do Anglo diz que é brincadeira entre meninos chamar professores de “bicha” e “veado”. No inicio de 2014, ele passou de sala em sala para informar que permitia que seus alunos usassem a palavra gay em sentido pejorativo. Para ele, o tema é tabu. “Entre 80 pessoas entenderem que é brincadeira e 20 acharem que você está incentivando alguma coisa, é melhor não fazer piada”.

Julia Castro, 19, aluna do Anglo conta que ela e três amigos saíram de sala após o professor dizer que “para comer uma empregada doméstica, o cara tem que levá-la ao Habib’s”. Ele fala que pobre adora Habib’s. “Essas brincadeiras reforçam o preconceito. Nossa luta já é difícil”, fala Julia.

No aniversario de uma estudante no ano passado, meninos sortearam quem a beijaria. A aniversariante não consentiu, mas foi obrigada a ceder pelo professor. Para Clara, que fez Integratus em 2013 e hoje cursa arquitetura na USP, “o humor que oprime alguém não merece a risada de quem assiste a aula. Não digo que não se deve fazer piadas. Mas que estas sejam inteligentes o suficiente para tirar sarro do opressor, não do oprimido”.

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Jorge Ovando, gerente de marketing do Integratus, afirma que as queixas, em geral, são fruto de má compreensão. Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo, conta que a recomendação é tratar os alunos “com respeito”. Ele afirma ainda que “as piadas têm que ser adaptadas a seu tempo”

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