Mercado financeiro volta a atacar Dilma e mídia internacional "se diverte"
Permanência de Dilma Rousseff no topo das pesquisas de intenção de voto desperta fúria do mercado financeiro. Consultorias "lamentam informar" seus clientes que atual presidente poderá se reeleger no 1º turno
O mercado financeiro continua reagindo mal à associação de fatos que indicam a resistência da presidente Dilma Rousseff em manter-se à frente nas pesquisas de opinião, com chances reais de vencer a disputa em primeiro turno, a projeções sobre a economia feitas pelo próprio mercado financeiro. Entre o que é a realidade política e o que pode ser uma ficção econômica – já há expectativas de analistas, nem sempre identificados, de que até 2018 o Brasil terá PIB baixo e inflação alta, como está na manchete do jornal Folha de S. Paulo –, a verdade é que os nervos estão à flor da pelo entre banqueiros, consultores e executivos do poderoso ramo financeiro da economia.
Do exterior, o jornal inglês Financial Times voltou a mostrar suas garras de ironia. Nota na seção sobre países dos Brics classificou como “dança da cordinha” a redução das expectativas de crescimento criadas pelo próprio mercado financeiro para o Brasil. No Boletim Focus publicado na segunda-feira 11, a mediana das projeções de economistas ouvidos pelo Banco Central mostrou redução, pela 11ª semana consecutiva, das expectativas de crescimento para 2014. Elas convergem, agora, para 0,81% de elevação do PIB neste ano.
Divertindo-se a valer com isso, o FT não demonstrou nenhum senso de humor, na mesma nota, ao lembrar seus leitores que “a avaliação do governo” da presidente Dilma Rousseff “subiu no Ibope”. O dado indicou que ela não está sofrendo nas pesquisas como seus adversários gostariam que estivesse. O FT, por isso, se mostrou amuado logo depois da fazer sua imagem.
Por aqui, a consultoria Rosemberg & Associados, de um dos formuladores do Plano Cruzado – o que congelou preços e terminou com uma chuva de aumentos de tarifas públicas, no governo José Sarney -, Luiz Paulo Rosemberg, partiu para esmurrar o estilo. Entre conceitos vagos e descompromisso com o respeito ao adversário, perpetrou mais uma análise financeira, assinada por quatro economistas, em tudo mau humorada, mau sustentada e francamente resignada.
O relatório da Rosemberg transmitido a clientes da casa, entre os quais os bancos Itaú e Santander, parte de uma análise política assumidamente de oposição.
. (Dilma) está plantada numa sólida diferença para os demais [candidatos] que, se não é confortável, é desencorajante”, assegura o texto, que passa a lamentar uma regra da eleição, a distribuição do horário eleitoral pela televisão de acordo com regras de proporcionalidade partidária garantidas pelo TSE.
. (Dilma) vai dispor de muito mais tempo que os outros para ‘alertar’ a classe baixa de que a elite está tentando anular suas conquistas e trazer de volta um passado de dificuldades, reclamam os analistas.
O passo seguinte é um golpe baixo, desferido a partir de conceitos vagos e termos grosseiros
– É por isto que, visto de hoje, o cenário mais provável é a continuidade da mediocridade, do descompromisso com a Lógica, do mau humor prepotente do poste que se transformou em porrete contra o senso comum.
Vale perguntar: Lógica de quem? Da banca ou do pato? Senso comum de quem? Dos espertos ou dos trouxas?