Estupro coletivo em Queimadas: mentor é condenado a 108 anos de prisão
Após 19h de julgamento, mentor do estupro coletivo de Queimadas, caso que chocou o Brasil e teve repercussão mundial, é condenado a um total 108 anos de prisão
O réu Eduardo dos Santos Pereira, acusado de ser o mentor do estupro coletivo que ficou conhecido como “Caso Queimadas”, em 2012, foi condenado a um total de 108 anos de prisão. O julgamento durou cerca de 19 horas e foi realizado no Fórum Criminal de João Pessoa. O júri popular começou na tarde dessa quinta-feira (25) e se encerrou na manhã da sexta-feira (26).
O Conselho de Sentença composto por quatro homens e três mulheres se reuniu por volta das 5h20 desta sexta-feira (26) e saiu da sala cerca de três horas depois. O Juiz Antônio Maroja Limeira Filho leu a sentença que apontou o réu como culpado. São 106 anos e 5 meses por homicídio, formação de quadrilha, cárcere privado e corrupção de menores e porte ilegal de arma e mais um 1 ano e 10 por lesão corporal.
O caso
Em pleno carnaval, cinco mulheres foram atraídas para um aniversário, que se transformou, numa cena de crime bárbaro de estupro e assassinato de duas mulheres (relembre aqui), Isabela Pajuçara e Michelle Domingos. O crime foi minuciosamente planejado por 10 homens, entre eles três menores de idade, o que chocou e ainda choca a população brasileira e mundial. O caso ocorreu em 12 de fevereiro de 2012.
Justiça
Pedir justiça foi o lema das famílias das vítimas e de todos os movimentos sociais feministas e de mulheres da Paraíba que se reuniram para protestar contra o machismo e a misoginia que ainda resistem na sociedade brasileira.
“Diante da dimensão de desumanidade e dos detalhes frios, cruéis e selvagens que envolveram este dia de violência pedimos a condenação máxima do acusado”, declarou Lourdes Meira, militante da União Brasileira de Mulheres.
A justificativa do crime: presente de aniversário para Luciano dos Santos Pereira (44). O mentor do crime foi o irmão de Luciano, Eduardo dos Santos Pereira, que era ex-cunhado de Isabela Pajuçara, uma das mulheres assassinadas.
Muita pressão foi feita e organizada nas ruas pedindo justiça, a CPMI da Violência contra a Mulher visitou a Paraíba e diagnosticou a situação de vulnerabilidade das mulheres em Queimadas e em seu entorno. Mas a indignação ainda continua.
“A objetificação das mulheres é sustentada na sociedade capitalista, machista, racista e patriarcal que vivemos. Diariamente as mulheres são violentadas pelo Estado e pela sociedade, mulheres morrem pela sua condição de ser mulher”, afirma Aylla Milanez, militante da Articulação de Mulheres Brasileiras.
Condenados
Luciano dos Santos Pereira, Fernando de França Silva Júnior, Jacó Sousa, Luan Barbosa Cassimiro, José Jardel Sousa Araújo e Diego Rêgo Domingues – foram condenados em 2012 pelos crimes de cárcere privado, formação de quadrilha e estupro (relembre aqui). Eles cumprem penas entre 26 e 44 anos de prisão em regime fechado no presídio de Segurança Máxima PB1, em João Pessoa. Suas penas, somadas, chegam a 184 anos de prisão.
com informações de Brasil de Fato e Portal Correio