Evo Morales: "Na Bolívia mandam os índios, não os gringos"
"Na Bolívia mandam os índios, não os gringos", disse Evo Morales em sua cerimônia de posse. Reeleito com mais de 60% dos votos, Evo destacou ainda a enorme redução do abismo entre ricos e pobres no país: "Isso é Socialismo!"
Evo Morales assumiu nesta quinta-feira (22) o seu terceiro mandato consecutivo como presidente da Bolívia. Ele foi eleito no ano passado com mais de 60% dos votos válidos.
Depois de ser empossado, Evo admitiu estar emocionado por comandar novamente os destinos do país sul-americano. “Tenho a enorme responsabilidade de estar à frente do país por mais cinco anos, graças à luta do povo boliviano e ao apoio dos movimentos sociais”, disse.
O presidente ressaltou os avanços democráticos alcançados pela Bolívia nos últimos nove anos. “Hoje temos democracia e estabilidade política e isso me comove”.
Avanços da gestão
Entre os pontos a serem destacados, Morales citou a economia boliviana, que teve uma média de crescimento do PIB de mais de 5% ao ano durante os nove anos de sua gestão e recebeu o reconhecimento do Banco Mundial. Apesar dos avanços sociais e econômicos, Morales afirma que ainda há muito espaço para aprofundar as conquistas.
Quando Evo assumiu a Presidência da Bolívia, em 2005, os 10% mais ricos tinham renda 128 vezes maior que os 10% mais pobres. Hoje, a diferença entre ricos e pobres já caiu mais de 40%. “Isso é Socialismo”, comemora, lembrando ainda que o salário do trabalhador aumentou 227% durante o seu governo.
“Todas essas políticas, programas sociais e econômicos permitiram que a Bolívia não seja apenas conhecida, mas também respeitada. Essa é a luta dos movimentos sociais. Hoje temos um Estado Plurinacional digno”.
No que se refere a educação, Evo informou que a evasão escolar caiu 1,5% no primário e 4% no ensino médio. Morales também ressaltou que a Bolívia deu saltos importantes na área de Ciência e Tecnologia, com a criação de um satélite próprio.
“Aqui não mandam os gringos, mandam os índios”, finalizou Evo, que é o primeiro presidente de origem indígena a comandar a Bolívia. O atual mandatário é, portanto, tão somente a cara do povo boliviano.