Einstein precisa se explicar sobre agressão a Mantega, diz Barbara Gancia
Barbara Gancia escreve carta para o presidente da Sociedade Israelita Albert Einstein. A jornalista cobra um posicionamento sobre o episódio de intolerância contra o ex-ministro Guido Mantega
O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi alvo de um ataque no fim da tarde desta segunda-feira (23/02), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo (veja aqui). Reconhecido logo ao chegar na lanchonete do hospital, o ministro começou a ser alvo de insultos. “Vai para o SUS”, foi uma das frases ditas pelos frequentadores. Em minutos, ele deixou o local. Um vídeo com o incidente foi postado na internet. Mantega estava no hospital para acompanhar sua mulher, Eliane, que está se tratando de um câncer na instituição.
Nesta quarta-feira, a jornalista Barbara Gancia cobrou do hospital um posicionamento sobre as agressões sofridas pelo ex-ministro. Confira o texto publicado por Barbara:
Para o dr. Claudio Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein, que, no último domingo, na modestíssima opinião desta datilógrafa que vos fala, ocupou o espaço da página 3 da Folha de S. Paulo (Tendências/Debates) com a distribuição de ufanismos a instituição que dirige, estatísticas soporíferas e metáforas de gosto duvidoso sobre saúde do corpo e vitalidade do país (“cancro da corrupção”; “ganância fiscal que aumenta a obesidade de órgãos públicos esclerosados” -fala a verdade?-; “Brasil precisa de terapia intensiva com o apoio de todos que possam colaborar para sua recuperação”), pois então, para este discípulo de Hipócrates tão cioso do seu dever sagrado e tão averso ao exercício do poder por meio da política, para ele eu tenho algumas questões incisivas (uia!):
Caro senhor doutor presidente:
1) Já foram identificados os indivíduos que hostilizaram ao ex-ministro Mantega e sua mulher, que foi ao hospital na terça-feira para ser submetida a tratamento contra o câncer?
2) Que providências os senhores estão tomando, foi registrado Boletim de Ocorrência?
3) A direção do hospital está ciente de que, caso este comportamento brutal for tolerado e nenhuma medida tiver sido tomada contra quem o praticou, isto irá significar que a Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein compactua com a irresponsabilidade, a escalada da violência e o desrespeito à ordem pública?
O senhor entende, dr. Claudio, que o Einstein não pode consentir, porque isso significa que ele se colocará do lado dos inconsequentes que querem ver o circo pegar fogo sem medir as consequências para as instituições?