Luis Soares
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Religião 20/Jun/2012 às 19:02 COMENTÁRIOS
Religião

Criança autista tem comunhão negada por padre; atitude revolta população

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 20 Jun, 2012 às 19h02

Moradores se revoltaram com a decisão do padre local, que retirou o menino da fila para a primeira comunhão

A dona de casa Maria Silvani Maldaner (foto abaixo), 41, de Bom Princípio (RS), disse que o seu filho autista Cássio Maldaner (foto abaixo), 13, sofreu preconceito pela primeira vez na vida, e justamente por parte de um padre.

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No último domingo, o padre Pedro José Ritter, da paróquia Nossa Senhora da Purificação, tirou Cássio da fila das crianças que iam fazer a 1ª Comunhão porque, ele alegou, o menino tinha recusado a hóstia em um ensaio.

padre comunhão autista

Sete anos atrás, Silvani havia buscado informação com o então pároco da cidade, que afirmou que o filho poderia participar da primeira comunhão. (Foto: Miro de Souza)

Houve um clima de constrangimento na igreja. A mãe, parentes do garoto e fiéis ficaram revoltados com a atitude do padre.

Bom Princípio tem cerca de 12 mil habitantes e fica a 76 km de Porto Alegre, a capital.

Maldaner afirmou ter sido informada pela paróquia havia sete anos que não haveria nenhum problema na primeira comunhão do filho. Disse que há dois meses o padre Ritter confirmou que o menino poderia participar da celebração, desde que ele entendesse o sentido desse sacramento.

A mãe disse que preparou o menino nos últimos meses, mas confirmou que ele recusou a hóstia em um ensaio e que foi marcado um segundo teste, que não ocorreu porque o padre não compareceu. “Como não houve mais nenhuma manifestação [do padre], achei que estava tudo certo.”

Ritter disse que não houve discriminação porque sempre deixou claro que o garoto poderá receber a 1ª comunhão quando estiver preparado.

Comunidade se mobiliza

A imagem dos pais do adolescente chorando durante a missa comoveu a comunidade. A festa programada foi realizada, mas em clima de tristeza. Moradores de Bom Princípio estão se mobilizando nas redes sociais, contrários a atitude do padre.

Para a família, houve preconceito por parte do religioso. O pai, o agricultor Letus Maldaner, 56 anos, afirma que espera que o filho participe da eucaristia, mas com outro padre.

— Depois que ele tirou o Cássio da fila eu ainda pedi que ele ao menos desse uma bênção lá na frente, mas ele se negou. Essa é primeira vez que o meu filho foi discriminado, e isso aconteceu justamente na igreja — afirma Maldaner.

Paulopes e Zero Hora

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