Dilma volta a defender protestos: "Demos a vida para que o povo pudesse ir às ruas"
Dilma Rousseff se emociona em discurso ao falar sobre protestos do fim de semana. "Minha geração deu a vida para que o povo pudesse ir às ruas. Valeu a pena lutar pela liberdade"
Durante uma solenidade para a sanção do novo Código de Processo Civil, a presidente Dilma Rousseff se emocionou ao comentar os protestos que ocorreram neste domingo em todo o Brasil.
“Nunca mais no Brasil nós vamos ver pessoas, ao manifestarem sua opinião, seja contra quem quer que seja, inclusive a Presidência da República, sofrerem quaisquer consequências (…) valeu a pena lutar pela liberdade. Valeu a pena lutar pela democracia. Este país está mais forte que nunca”, afirmou Dilma, com a voz embargada.
“Muitos da minha geração deram a vida para que o povo pudesse ir às ruas se expressar. Eu, particularmente, participei e tenho a honra de ter participado dos processos de resistência da ditadura. Como outros brasileiros, sofremos as consequências da resistência para ver esse país livre da censura e da opressão, da interdição da liberdade de expressão”, disse a presidente.
Dilma fez um discurso de união e afirmou que, apesar dos protestos, ela deverá presidir o país para “203 milhões de brasileiros”. “O meu compromisso é governar para os 203 milhões de brasileiros. Sejam os que me elegeram, sejam os que não votaram em mim. Sejam os que participam das manifestações, seja os que não participam”, afirmou.
“Vamos dialogar com todos. Com humildade, mas com firmeza. […] Ouvir é a palavra, dialogar é a ação”, disse. “No dia em que celebrávamos 30 anos do retorno à democratização, tivemos nesse dia e na sexta-feira uma inequívoca demonstração de que o país de agora é um país democrático que convive para pacificamente com manifestações, ao contrário de muitos países no resto do mundo”.
Encontro com Lula
Um dia após os protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou a Brasília para conversar com a sucessora sobre as medidas que serão tomadas a curto e médio prazo para estancar a crise.
A reunião entre Dilma e Lula deve acontecer ainda na noite desta segunda, no Palácio da Alvorada, ou na manhã de terça-feira (17). Os dois devem falar a sós e, em seguida, conversarão também com Falcão.
Interlocutores de Lula afirmam que o ex-presidente defende “cautela” para avaliar os protestos e diz que as medidas de diálogo com a sociedade e com as bases do PT devem ser tomadas a médio prazo, no entanto, com sinalizações mais imediatas da presidente.
informações de Agência Brasil e Congresso em Foco