As polêmicas charges do Charlie Hebdo sobre a morte do menino Aylan Kurdi
O jornal francês Charlie Hebdo causou indignação após divulgar charges satirizando a morte do menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos, que morreu afogado na costa da Turquia. Os desenhos foram feitos por Laurent Riss Sourisseau, sobrevivente do ataque contra a redação do jornal em janeiro deste ano
Criança síria virou símbolo da crise imigratória no mundo. Internautas lançaram a #EunãosouCharlie para protestar (reprodução)
Nove meses após ser destaque no mundo por um atentado que matou 12 pessoas em sua redação, o jornal satírico “Charlie Hebdo” voltou aos holofotes. Duas imagens divulgadas na Internet mostram charges ironizando a morte do menino sírio Aylan Kurdi, 3 anos, em uma praia turca. As charges causaram uma avalanche de críticas nas redes sociais, acusando o periódico de xenofobia e dizendo que usar a morte do menino é algo “ofensivo”. As informações são do The Independent.
Nesta terça-feira, os internautas lançaram a #JeNeSuisPasCharlie (“Eu não sou Charlie”) para protestar contra a publicação. Ao contrário da hashtag “Je Suis Charlie” (“Eu sou Charlie”), que ganhou destaque internacional e foi utilizada para pedir paz em várias manifestações ao redor do mundo.
Na capa desta segunda-feira, aparece uma charge com o corpo do menino na praia e um outdoor satirizando o personagem símbolo do McDonald’s. “Bem vindos imigrantes. Promoção: dois menus crianças pelo preço de um”, publicou o jornal na imagem que tem a frase “tão perto do objetivo…”.
Em outra sátira, um homem que lembra Jesus Cristo diz: “A prova de que a Europa é cristã. Os cristãos andam sobre a água. As crianças muçulmanas afundam”.
Os desenhos foram feitos por Laurent Riss Sourisseau, sobrevivente do ataque contra a redação do jornal em janeiro deste ano. Na época, os criminosos que invadiram o local acusavam a publicação de não respeitar a fé muçulmana.
A imagem do corpo de Aylan na praia causou indignação ao redor do mundo e fez com que os países europeus tomassem medidas para aceitar os imigrantes que vem de diversos países, especialmente da Síria. Apesar disso, a União Europeia ainda não definiu uma legislação que possa ajudar essas pessoas.
ANSA