Após 70 escolas ocupadas, Governo Alckmin suspende fechamentos
Vitória parcial: após ocupação em massa dos estudantes, gestão Alckmin decide suspender o fechamento das 94 escolas em 2016
Os estudantes secundaristas obtiveram uma vitória histórica contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, que pretendia fechar nada menos que 94 escolas, afetando 311 mil alunos.
Segundo o secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, o fechamento das escolas será suspenso até o dia 4 de dezembro, desde que os alunos desocupem as instituições de ensino em 48 horas.
A decisão foi tomada em audiência de conciliação no Tribunal de Justiça (TJ-SP) iniciada na tarde de hoje (19). Questionado se o governo considera a hipótese de cancelar definitivamente a reorganização, o secretário não respondeu.
Uma professora presente à audiência propôs a suspensão imediata do plano e que a comunidade escolar – alunos, professores, pais e governo – tenham um ano para debater e apresentar propostas para o ensino público do estado. A União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), apoiou a proposta.
Caso haja acordo, o secretário espera que as escolas e os estudantes apresentem uma nova proposta ao governo. Até a tarde desta quinta-feira, 70 escolas de São Paulo estavam ocupadas.
Nos últimos dias, o governo Alckmin chegou a usar a polícia contra alunos e professores, para tentar a reintegração de posse.
Alguns docentes foram agredidos e duas lideranças estudantis, Camila Lanes, eleita presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, e Angela Meyer, presidente da Upes, chegaram a ser detidas.
Aulas ‘doadas’
Na última terça-feira, um formulário publicado na internet recebeu mais de 1.200 ofertas de aulas “doadas” por adultos nas escolas ocupadas por alunos contra o projeto de “reestruturação” planejado pelo governo Alckmin.
Segundo o Hub Livre, grupo que apoia movimentos por meio de ferramentas nas redes sociais e que criou a proposta, foram oferecidas propostas de aulas, palestras e oficinas aos estudantes que protestam dentro das escolas.
ATUALIZAÇÃO: As ocupações nas escolas de São Paulo continuam