Redação Pragmatismo
EUA 26/Jan/2016 às 17:04 COMENTÁRIOS
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Ativista que fez protesto mais longo da história dos EUA morre em Washington

Publicado em 26 Jan, 2016 às 17h04

Ativista que fez protesto pela paz por 35 anos em frente à Casa Branca morre aos 80 nos EUA. Conchita Picciotto iniciou vigília em 1981 contra armas nucleares; seu protesto diante da sede do governo é considerado o mais longo da história do país

Conchita Picciotto ativista eua washington

Concepción Picciotto, também conhecida como Conchita e Connie, que acampou durante quase 35 anos — desde agosto de 1981 — em frente à Casa Branca em protesto contra a proliferação de armas nucleares, morreu nesta segunda-feira (25/01) aos 80 anos em Washington.

Seu protesto diante da sede do governo dos EUA é considerado o mais longo da história do país, e ela se tornou uma figura conhecida no ativismo norte-americano. Segundo a própria Conchita, ela esperava que sua presença pudesse lembrar os passantes a necessidade de realizar qualquer ação que pudessem, mesmo que pequena, para ajudar a acabar com guerras e violência.

Conchita compareceu à Casa Branca pela primeira vez em 1979, quando seu ex-marido, de origem italiana, conseguiu a custódia da filha adotada do casal. Ela acreditava ter sido vítima de uma conspiração entre médicos, advogados, o governo e o ex-marido, e pensava que indo ao presidente ela conseguiria ter a filha de volta.

Eu queria ir à Espanha e criar minha filha lá, mas meu marido e sua família se opuseram e montaram uma campanha de abuso, até que acabaram tirando a minha custódia sobre a menina. Disseram que eu não era uma mãe adequada”, disse Conchita ao El País, numa entrevista de 1991. Ela nunca mais viu a filha.

Foi nessa época que ela conheceu William Thomas, ativista que fundou a vigília em frente à casa presidencial para protestar contra a proliferação de armas nucleares. Conchita se juntou a ele “para impedir que o mundo fosse destruído”, como disse ela mesma ao Washington Post, em 2013.

Outros se juntaram à causa e o grupo recebeu o nome de Proposition One (Proposição Um). A principal conquista dos ativistas se deu em 1993, quando conseguiram que uma petição a favor do desarmamento nuclear se tornasse uma proposta de lei para ser votada no Congresso.

Tiveram o auxílio da deputada Eleanor Holmes Norton, que desde então introduziu o projeto em quase uma dúzia de sessões no Congresso. A legislação não chegou a ser votada.

Mesmo após a morte de Thomas, em 2009, Conchita continuou com a vigília. O futuro da manifestação, contudo, foi questionado, devido à idade de Conchita, principalmente após 2012, quando ela foi atropelada e passou a depender da ajuda de ativistas mais jovens para manter o protesto. Ela morreu em um abrigo para mulheres em situação de rua em Washington e a causa da morte não foi divulgada.

Opera Mundi

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