“Bandido bom é bandido morto”? O Papa Francisco discorda
Papa Francisco contraria os “cidadãos de bem” que defendem a tese do “bandido bom é bandido morto”. Pontífice pediu uma proibição mundial da pena de morte: “O mandamento Não Matarás se aplica a inocentes e culpados”
O papa Francisco pediu neste domingo (21) para uma proibição mundial da pena de morte, afirmando que o mandamento “Não Matarás” é válido tanto para os culpados quanto para os inocentes.
“Eu apelo à consciência daqueles que governam para que se chegue a um consenso internacional que leve à abolição da pena de morte”, disse o papa a dezenas de milhares de pessoas reunidas na praça São Pedro.
Usando algumas palavras fortes contra a punição capital, Francisco ainda conclamou políticos católicos de todo o planeta a “darem um exemplo corajoso” para a interrupção de qualquer execução durante o Jubileu da Misericórdia, que se encerra em novembro.
Jesus nunca nos convidaria para ser sicários, mas chama-nos discípulos. Nunca nos mandaria à morte, mas tudo n’Ele é convite à vida.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) 17 fevereiro 2016
Celebrar o Jubileu da Misericórdia é aprender a não ficar prisioneiros do passado, é acreditar que as coisas podem tomar outro rumo.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) 17 fevereiro 2016
Queridos presos, conhecestes o máximo do sofrimento, podeis tornar-vos profetas de uma sociedade que não gere mais violência e exclusão.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) 17 fevereiro 2016
Todos devemos lutar para que o trabalho seja uma instância de humanização e de futuro.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) 17 fevereiro 2016
Não esqueçais que a misericórdia de Deus é o nosso escudo e a nossa fortaleza contra a injustiça, a degradação e a opressão.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) 18 fevereiro 2016
“O mandamento ‘Não Matarás’ tem valor absoluto e se aplica tanto para o inocente quanto ao culpado”, afirmou Francisco ao fiéis presentes. O papa adicionou que há agora “uma oposição crescente contra a pena de morte até mesmo em legítima defesa da sociedade”.
“Eficiência reprime o crime sem definitivamente negar à pessoa que o cometeu a possibilidade de se reabilitar”, concluiu Francisco.
Os comentários do papa aconteceram às vésperas de uma conferência em Roma que começou nesta segunda-feira (22), e que trata de paz e Justiça no mundo todo.
Por séculos, a Igreja Católica os seus 1,2 bilhão de membros aceitaram a pena de morte em casos extremos, mas a posição começou a mudar a partir do papado de João Paulo II, que morreu em 2005.
Em sua visita recente ao México, o papa Francisco pediu melhores condições nas prisões que visitou no país. No passado, ele já defendeu que “até mesmo aos criminosos mais perigosos” deve ser dada a oportunidade de se regenerar.
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“Todos os cristãos e homens de boa fé estão convocados para trabalharem não só na abolição da pena de morte, mas também na melhora das condições das cadeias, respeitando a dignidade humana das pessoas que tiveram a sua liberdade retirada”, comentou.
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