Situação financeira melhorou para quase 80% das famílias, indica Ipea
O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Sandro Carvalho, lembrou que as decisões de investimentos no país se baseiam no nível de confiança do consumidor e que o monitoramento feito pelo órgão tem como objetivo produzir sinalizadores sobre a decisão de gastos das famílias.
Otimismo
A pesquisa foi realizada em 3.810 domicílios, em 214 municípios de todos as unidades federativas. Taxas até 20 pontos indicam grande pessimismo; de 20 a 40 , pessimismo; de 40 a 60, moderação; de 60 a 80, otimismo; e de 80 a 100, grande otimismo. De acordo com o Ipea, a ligeira queda do índice foi registrada em todas as regiões, exceto no Sudeste.
O Centro-Oeste voltou a apresentar a maior pontuação em dezembro (70,49) e o Sul permaneceu logo em seguida, alcançando 68,53 pontos. O Sudeste manteve o otimismo em ascensão, atingindo 64,97 pontos. Por outro lado, as regiões Norte e Nordeste apresentaram quedas significativas no otimismo. No Nordeste, a taxa caiu de 64,67 para 61,82 pontos, e no Norte, de 64,25 para 60,54.
Para o chefe da assessoria da presidência do Ipea, Milko Matijascic, a leve queda na média nacional pode ser reflexo do momento de transição no governo federal e nos governos estaduais. “Há uma natural incerteza sobre os rumos, mas o nível de segurança é bastante elevado. Podemos dizer que são notícias boas, muito boas”, afirmou.
Sobre a situação econômica do país no curto prazo, a pesquisa aponta que 60,4% das famílias acreditam que o Brasil passará por melhores momentos nos próximos 12 meses, índice 3,6 pontos percentuais menor do que o registrado no mês anterior.
O maior grau de confiança na melhora econômica do país em dezembro foi registrado entre famílias com rendimento de cinco a dez salários mínimos e com ensino médio completo. Diferentemente dos meses anteriores, a expectativa das famílias com menor renda (até 1 salário mínimo e sem escolaridade) ficou um pouco abaixo da registrada no resto da população.
De acordo com o estudo, o otimismo é menor quando se consideram as expectativas em relação ao consumo – 41,2% das famílias acreditam que o atual momento não é ideal para a aquisição de bens de consumo duráveis, enquanto 54,3% creem que o momento é propício para o consumo.