Dilma lança sistema nacional de prevenção de desastres
Publicado em 17 Jan, 2011 às 18h02
Dimensão da tragédia: Praça do Suspiro, em Nova Friburgo, antes e depois da chuva |
Para evitar novas tragédias como as que atingem a região serrana do Rio de Janeiro e outras áreas do País todos os anos, o governo federal anunciou, nesta segunda-feira, o lançamento do Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais. O anúncio foi feito após reunião entre a presidente Dilma Rousseff e os ministros da Defesa, Nelson Jobim, de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Integração Nacional, Fernando Bezerra.
A expectativa do governo federal é de que o sistema esteja em pleno funcionamento dentro de quatro anos. “Mas já esperamos respostas para o próximo verão. Vamos implantar pelo menos nas áreas mais críticas”, afirmou o ministro de Ciência e Tecnologia.
Segundo Mercadante, o sistema de alerta vai prevenir os desastres naturais mais comuns no Brasil, que são deslizamentos de terra, inundações, ressacas, secas e vendavais. Um novo supercomputador foi adquirido, com capacidade para escanear o território nacional a cada 5 km², quando antes esse mapeamento era feito a cada 20 km². “Isso vai esquadrinhar o Brasil em regiões menores e nos dará uma previsão mais precisa”, disse Mercadante. O sistema terá uma sede nacional e outras cinco distribuídas entre as regiões brasileiras.
“Para aprimorar a capacidade de previsão do tempo, vamos implantar novos radares meteorológicos e integrar todos os disponíveis, inclusive os da Aeronáutica, num só sistema. A previsão por satélite dá uma estimativa boa para três dias antes, quanto mais próximo, mais seguro. Mas os radares captam a chuva que está efetivamente ocorrendo, o que nos avisa sobre o encharcamento do solo”, afirmou o ministro de Ciência e Tecnologia.
Além dos radares, 700 pluviômetros (equipamentos que captam o volume de chuva) serão adquiridos pelo governo federal – o que ainda depende do Ministério do Planejamento para determinar o ritmo de compra dos equipamentos. A intenção é fazer o levantamento das condições de solo e geografia do País. “Estimamos em aproximadamente 500 áreas de risco no País, com cerca de 5 milhões de pessoas morando nessas áreas, e temos outras 300 regiões sujeitas a inundações”, disse Mercadante. O sistema será coordenado pelo ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Carlos Nobre, que ficou à frente do órgão por 12 anos.
O ministro da Integração Nacional afirmou que Dilma determinou o retorno de alguns titulares para acompanhar a situação no Rio de Janeiro. “Voltaremos eu (Fernando Bezerra), o ministro da Justiça e o ministro da Defesa já amanhã. Vamos visitar as cidades atingidas para que possamos reforçar nossas ações e iniciar o monitoramento mais próximo das áreas ainda sujeitas a riscos, para evitar a perda de novas vidas”, declarou.
Chuvas na região serrana
As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. As cidades mais atingidas são Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região.