Temer usa Romero Jucá para negociar cargos em troca de votos pelo impeachment
Romero Jucá (PMDB-RR) assume as funções de porta-voz e articulador de Michel Temer. O senador, que já foi líder de FHC, Lula e Dilma, agora negocia cargos num futuro governo Temer em troca de votos para aprovar o impeachment da presidente
Além de assumir o comando do PMDB no lugar do vice-presidente da República, Michel Temer, o senador Romero Jucá (RR) assumiu as funções de porta-voz e de articulador político de uma eventual gestão do peemedebista.
Ex-líder dos governos Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o parlamentar tem sido o principal operador do grupo de Temer na busca pelos 342 votos necessários para a aprovação do pedido de impeachment da petista no plenário da Câmara.
Jucá já negocia espaços e cargos num futuro governo Temer com partidos como PP, PR, PSD e PTB – não por acaso os mesmos que são alvo das investidas do Palácio do Planalto para evitar o afastamento de Dilma.
Integrantes do partido relatam que o senador usa o mesmo toma lá dá cá do governo, com uma diferença: a questão colocada aos deputados é se querem ficar no cargo de um governo que pode cair em breve ou preferem aderir a Temer pelos próximos “dois anos e meio”.
Lava Jato
Romero Jucá foi mencionado na delação premiada da Andrade Gutierrez revelada nesta quinta-feira (7). O nome do senador aparece ligado a um esquema ilegal no setor elétrico.
Dirigentes da empresa repassaram ao Ministério Público detalhes do caminho do dinheiro que, segundo eles, teria sido enviado por meio de intermediários ao senador. Os repasses seriam vinculados à Eletronorte, onde Jucá tem influência política.
O relato da empreiteira coincide com o depoimento, também em delação, do senador Delcídio do Amaral de que a Eletronorte “atende” aos interesses de Jucá.
Com a homologação da delação dos executivos da Andrade Gutierrez pelo STF (Supremo Tribunal Federal), as menções ao nome do senador devem ser analisadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que decidirá pelo pedido de abertura ou não de inquérito contra ele.
Não seria a primeira investigação contra o senador em torno da Lava Jato.
Já há um inquérito em razão da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia.
Pessoa afirmou que Jucá pediu R$ 1,5 milhão em doações para as eleições de 2014 em Roraima, quando seu filho, Rodrigo Jucá, 34, foi candidato a vice-governador.
Segundo o empresário, a ajuda estaria ligada à contratação da UTC pela Eletronuclear, para obras de construção da usina Angra 3.
Jucá confirma o pedido de doação, mas nega qualquer vínculo com a contratação da UTC.
com informações de Folhapress e Agência Estado