As reivindicação mais inacreditáveis da “nova” direita brasileira
No turbulento cenário político de hoje, a direita brasileira que pede o impeachment de Dilma Rousseff faz algumas reivindicações que, em qualquer outro momento, poderiam ser encaradas como brincadeira ou deboche
Ivan Longo, Revista Fórum
A própria reivindicação pelo impeachment, principal assunto no cenário político do país nos últimos meses, já pode, por si só, ser questionada pela suposta falta de crime de responsabilidade da presidenta no processo. A polarização entre os pró e contra governo que reuniu boa parte da direita brasileira nos últimos meses, no entanto, fez surgir entre ela pedidos e reivindicações ainda mais sem embasamento, contexto ou até mesmo sentido do que o próprio impeachment.
Fora do atual contexto, muitas dessas reivindicações poderiam até mesmo ser interpretadas como brincadeira, tais como aquelas que pedem a volta da monarquia ou o fim da “islamização” do Brasil.
Ainda que não tenham relação direta com o objetivo principal da oposição no país, que é a retirada do PT do governo, esses pedidos que soam absurdos surgem como anseios antes reprimidos que agora podem ser mais facilmente atendidos ou simplesmente compreendidos com uma eventual queda da presidenta.
Confira abaixo alguns dos pedidos mais “estranhos” que pegaram carona nas mobilizações contra o governo e o PT:
“Sonegação não é corrupção”
Desde os primeiros protestos da direita após a vitória de Dilma em 2014 as placas que reivindicam o ‘direito’ de sonegar impostos são cada vez mais recorrentes.
Pela monarquia no Brasil
Na avenida Paulista, por mais de uma vez os “monarquistas” uniram-sem aos que simplesmente querem a troca da presidenta da República.
Contra a “islamização” do Brasil
Na faculdade Mackenzie, em São Paulo, alguns alunos acreditam que o Brasil precisa fechar suas fronteiras contra o processo de “islamização” do país.
Contra as bicicletas
Em cidade com prefeito petista, apoiar o uso de bicicletas virou coisa de “petralha”. Quem é pró-impeachment não gosta de bicicleta.
“Não mexam nas reservas externas”
Para manifestantes acampados em frente a Fiesp, em São Paulo, o problema vai além da corrupção.