FHC defende que PSDB integre eventual governo de Michel Temer
Fernando Henrique Cardoso defende que o PSDB participe de um eventual governo Michel Temer e já comece a indicar nomes. Ex-presidente tucano, porém, enfrenta divergência dentro da legenda
Em uma entrevista publicada nesta terça-feira (26) pelo jornal Folha de S. Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu que o PSDB deve participar do eventual governo Michel Temer, com indicações de cargos. Segundo o político, o PSDB tem “responsabilidade política” pelo que está acontecendo.
“Eu sou propenso a entrar desde que as condições sejam explicitadas“, disse. “Entrar como partido, indicando nomes, porque a situação do Brasil é mais grave do que aparece.”
Com o possível afastamento de Dilma Rousseff, líderes do partido se pronunciaram contra sobre a possibilidade de aliança com o governo de Temer.
Na última segunda-feira (25), tanto o presidente do partido, senador Aécio Neves, quanto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enfatizaram que a legenda não quer cargos. Alckmin, inclusive, disse que é contra o partido fazer formalmente parte da gestão Temer, posição compartilhada pelo secretário geral do PSDB, Silvio Torres.
“Nós do PSDB não condicionamos nosso apoio a um futuro governo do vice Michel Temer a ocupação de quaisquer tipos de cargos“, disse Aécio Neves. “Ao contrário, queremos um compromisso com essa agenda, com a permanência das investigações da Lava Jato, reforma política corajosa, que possa restabelecer a cláusula de barreira.”
Para FHC, o PSDB tem “responsabilidade política” por este movimento, uma vez que apoiou o impeachment. “Então não pode simplesmente dizer não entro [no governo]“, disse à Folha.
Leia também:
PSDB negocia com Delcídio recuo de delação contra Aécio Neves
Quatro dias após a eleição, oposição já tentava parar o país e afastar Dilma
O dia em que FHC salvou Gilmar Mendes
“PMDB e PSDB são sindicato de ladrões”, diz Ciro Gomes
Por que escândalos de corrupção envolvendo tucanos não avançam na Justiça?
Questionado sobre o risco de fazer parte de um governo que promete corte de gastos e até diminuição do Bolsa Família, o ex-presidente diz que a questão é ser realista e tentar dar mais eficiência a esses programas. Segundo ele, a verdade é que “não tem mais de onde tirar dinheiro“.
“Eu nem vou discutir aumento de imposto, porque vai haver. Basta olhar as contas. Se depender de mim, o PSDB apoiaria [aumento]. Depende de qual, né?”
HuffPost Brasil