Estudantes de particulares protestam contra Cotas mas erram endereço
Alunos de escolas particulares protestam contra Lei das Cotas em Brasília. Pelo projeto, metade das vagas para cotistas será destinada a estudantes de escola pública com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa
Cerca de 40 estudantes protestaram na tarde desta quarta-feira em frente ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Eles pediam que a presidente Dilma Rousseff vetasse o projeto aprovado no Congresso que aumenta para 50% as cotas para alunos vindos de escolas públicas nas universidades federais.
Após algum tempo, percebendo que protestavam no local errado, os manifestantes seguiram para o Palácio do Planalto, no lado oposto da Praça dos Três Poderes. Eles ficaram em frente à sede do governo até por volta das 17h30.
Vestidos de preto e com os rostos pintados, os alunos entoavam gritos como “Cotas não, sim educação” e seguravam faixas, algumas com erros de grafia e de português, como “contra a deficiêcia [sic] educacional” ou “Cotas devia [sic] ser por renda”.
Leia mais
- O preconceito e a arrogância dos bonzinhos no debate sobre cotas
- Lei das Cotas revolucionará acesso da população excluída a universidade
Um aluno de 16 anos, bolsista de uma escola particular de Brasília, afirmava: “Se tem gente da minha sala que não consegue escrever nem uma redação, imagina como é na escola pública”. Ele defendeu que a escola particular deveria ser “opção” e não “a única forma de se ter educação decente”.
Outro manifestante dizia que a qualidade da UnB (Universidade de Brasília) vai diminuir com as cotas. “A UnB vive de pesquisa, da contribuição de quem estuda lá. Se piorar a qualidade dos alunos, vai piorar a qualidade da universidade.”
Entenda a aprovação das Cotas
Pelo projeto, metade das vagas para cotistas será destinada a estudantes de escola pública com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa. A outra metade será preenchida por alunos da rede pública, independentemente da renda familiar, seguindo critérios raciais. Estudantes autodeclarados negros, pardos e indígenas terão cotas proporcionais ao número desse grupo de pessoas que vivem no Estado onde está localizada a universidade, com base em dados do mais recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Agências