Redação Pragmatismo
Impeachment 29/Ago/2016 às 21:52 COMENTÁRIOS
Impeachment

Michel Temer despreza Dilma no Senado: "Não tive tempo de acompanhar"

Publicado em 29 Ago, 2016 às 21h52

Apesar de ser considerado um dos momentos políticos mais importantes da história do Brasil, Michel Temer disse que não teve tempo para acompanhar o discurso e as respostas de Dilma Rousseff no julgamento do impeachment no Senado Federal

michel temer impeachment dilma senado

A presidente afastada Dilma Rousseff está discursando aos senadores desde a manhã desta segunda-feira (29), no que é tido como um dos principais momentos políticos da história brasileira.

Mesmo assim, questionado pela imprensa sobre o pronunciamento da petista, o presidente interino Michel Temer, que passou toda a manhã no Palácio do Jaburu – residência oficial da vice-presidência da República – disse que “não teve tempo” nem a “satisfação” de acompanhar o depoimento de Dilma durante a fase final da investigação.

“Sabe que eu não tive tempo de ouvir. Confesso que não tive tempo de ouvir [o discurso]. Fiquei trabalhando em uns despachos e não tive a satisfação de acompanhar o discurso”, disse o presidente interino, em evento no Palácio do Planalto para recepcionar atletas olímpicos brasileiros.

Mesmo antes da confirmação do afastamento definitivo da presidente, Temer prometeu aos atletas mais investimentos para o esporte brasileiro e acrescentou que acompanhará essa etapa do julgamento “com tranquilidade absoluta”.

“Sou obediente às instituições e espero respeitosamente a decisão do Senado Federal”, afirmou o peemedebista.

Protesto

Apesar de dizer que não teve ‘tempo de acompanhar Dilma no Senado’, o governo divulgou uma nota contestando as críticas da presidente ao interino.

A Secretaria de Comunicação da Presidência informou que a nota é uma resposta aos ‘ataques’ de senadores e da presidente afastada ao governo Temer durante a sessão de julgamento do impeachment e não se refere à ninguém especificamente.

“O debate no Senado Federal sobre o processo de impeachment gerou falsas acusações de retirada de direitos sociais, previdenciários e trabalhistas pelo Governo Federal aos cidadãos brasileiros”, diz a nota.

Nesta segunda, em meio ao depoimento, Dilma criticou, entre outros pontos, o congelamento de direitos e avanços dos trabalhadores anunciados pela equipe econômica de Temer. Outros senadores contrários ao impeachment de Dilma também criticaram o governo do peemedebista e apontaram as tentativas de reduzir direitos.

“Quem paga o pato, ou seja, quem fornece os recursos para que o país saia da crise? Alguns acreditam que sejam apenas os trabalhadores, os mais pobres, a classe média, os profissionais liberais, os pequenos empresários. Isso não é possível. Diante da crise, não se pode implantar um programa ultraliberal em economia e um programa ultraconservador que tira direitos pessoais e coletivos e adota uma pauta extremamente reacionária, é a palavra, contra as mulheres, os negros, a população LGBT”, disse Dilma, durante seu depoimento.

com agência brasil e congresso em foco

Recomendações

COMENTÁRIOS