Dilma tem direitos políticos mantidos; veja como votaram os senadores
Foram 42 votos a favor da perda dos direitos políticos de Dilma e 36 votos contra, mas eram necessários 54 votos para que ela ficasse inabilitada a exercer funções públicas durante oito anos. Confiram como votaram os senadores nesta questão
Por 42 votos a favor, 36 contra e 3 abstenções, os senadores não conseguiram com que Dilma Rousseff perdesse os direitos políticos por oito anos. Com isso, ela está habilitada a exercer qualquer função pública.
Eram necessários 54 votos para que a petista perdesse todos os direitos políticos. Antes os senadores aprovaram, por 61 votos a 20, a cassação do mandato de Dilma.
O fatiamento da punição foi proposto por parlamentares aliados de Dilma. O argumento foi aceito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
Renan Calheiros, que votou a favor do impeachment, foi contra a perda dos direitos políticos de Dilma. “No Nordeste, costumam dizer uma coisa com a qual eu não concordo: ‘além da queda, coice’”, afirmou Renan.
“Venho pedir a todos que não apliquem a inabilitação à presidente Dilma”, disse a ex-ministra de Dilma Kátia Abreu (PMDB-TO). “Pela honestidade pela idoneidade, independente de erros que alguns concordam que ela tenha cometido – eu particularmente discordo” acrescentou.
A senadora argumentou que as penas são autônomas e independentes. Kátia Abreu disse que Dilma “é uma pessoa que com certeza será convidada para dar aulas”, ou contratada por parlamentares para prestar consultoria – o que seria inviabilizado pela decisão de inabilitá-la. “A presidente Dilma precisa continuar trabalhando para poder suprir as suas necessidades”, apelou.
“Que democracia é essa que estamos construindo?”, questionou Jorge Viana (PT-AC) “não vamos cassar e impedir que ela [Dilma] siga sendo uma brasileira como nós”, defendeu o petista, com a voz embargada.
Sangue
Outros senadores lutaram pelo sangramento de Dilma até o fim. Foram os casos de Aécio Neves (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB) e Aloysio Nunes (PSDB). Os três subiram à tribuna para pedir que o plenário cassasse os direitos políticos da presidente eleita.
“Nós estamos aqui aplicando a Constituição. A Constituição não pode ser reformada por uma votação aqui no Senado, a Constituição diz com toda clareza que essas penas devem ser aplicadas conjuntamente”, disse o tucano, que queria que Dilma, que hoje tem 68 anos, perdesse o direito de exercer funções públicas por 8 anos.
“O que estaremos fazendo, além de rasgar essa Constituição da qual eu fui signatário, é permitir que hoje a presidente Dilma Rousseff perca o seu cargo e amanhã ela inicie a sua campanha eleitoral país afora. É um fator de instabilidade enorme para o país”, reclamou Cássio Cunha Lima, ex-governador que teve o mandato cassado em 2009 mas disputou e elegeu-se senador em 2010 pela Paraíba.
VEJA COMO VOTARAM OS SENADORES.
“SIM”, PELA CASSAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS DE DILMA ROUSSEFF
Aécio Neves
Aloysio Nunes Ferreira
Álvaro Dias
Ana Amélia
Antonio Anastasia
Ataídes Oliveira
Benedito de Lira
Cássio Cunha Lima
Ciro Nogueira
Dalirio Beber
Dário Berger
Davi Alcolumbre
Eduardo Amorim
Eduardo Lopes
Fernando Bezerra Coelho
Fernando Collor
Flexa Ribeiro
Garibaldi Alves Filho
Gladson Cameli
Ivo Cassol
Lasier Martins
José Agripino
José Aníbal
José Maranhão
José Medeiros
Lúcia Vânia
Magno Malta
Marta Suplicy
Omar Aziz
Paulo Bauer
Pedro Chaves
Reguffe
Ricardo Ferraço
Romário
Romero Jucá
Ronaldo Caiado
Sérgio Petecão
Simone Tebet
Tasso Jereissati
Waldemir Moka
Wilder Morais
Zeze Perrella
“NÃO”, PELA MANUTENÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS DE DILMA ROUSSEFF
Acir Gurgacz
Angela Portela
Antonio Carlos Valadares
Armando Monteiro
Cidinho Santos
Cristovam Buarque
Edison Lobão
Eduardo Braga
Elmano Férrer
Fátima Bezerra
Gleisi Hoffmann
Hélio José
Humberto Costa
Jader Barbalho
João Alberto Souza
João Capiberibe
Jorge Viana
José Pimentel
Kátia Abreu
Lídice da Mata
Lindbergh Farias
Otto Alencar
Paulo Paim
Paulo Rocha
Raimundo Lira
Randolfe Rodrigues
Regina Sousa
Renan Calheiros
Roberto Muniz
Roberto Requião
Roberto Rocha
Rose de Freitas
Telmário Mota
Vanessa Grazziotin
Vicentinho Alves
Wellington Fagundes
ABSTENÇÃO
Eunício Oliveira
Maria do Carmo Alves
Valdir Raupp