Redação Pragmatismo
Racismo não 10/Mar/2017 às 14:15 COMENTÁRIOS
Racismo não

Casal que invadiu festa infantil de menino negro pega 20 anos de prisão

Publicado em 10 Mar, 2017 às 14h15

Casal chora e pede perdão, mas pega 20 anos de prisão. Eles invadiram a festa de aniversário de um menino negro de 8 anos, proferindo insultos racistas contra ele e os convidados e erguendo bandeiras dos Estados Confederados

menino negro casal racismo racistas
José “Joe” Ismael Torres e Kayla Rae Norton foram condenados a 20 e 15 anos de prisão, respectivamente

Um casal na Geórgia (EUA) foi condenado a vários anos de prisão por insultar e ameaçar de morte um menino negro de apenas 8 anos e sua família, informou na última semana o Escritório da Promotoria do Condado de Douglas. As informações são da ABC News e da Agência EFE.

José “Joe” Ismael Torres, de 26 anos, e Kayla Rae Norton, de 25 anos, foram sentenciados a 20 anos e 15 anos, respectivamente, por acusações de assalto agravado, ameaças terroristas e violação da Lei de Gangues da Geórgia.

Embora a sentença tenha sido proferida no início do mês de março do presente ano (2017), o crime aconteceu em 2015.

Torres deverá cumprir pelo menos 13 dos 20 anos de sentença em prisão, enquanto Norton deverá passar pelo menos 6 dos 15 anos de sua pena atrás das grades.

De acordo com vídeos e documentos apresentados na corte, o casal invadiu o local onde era comemorado o aniversário do menor de 8 anos, que estava junto com a família, quando fizeram ameaças de morte, enquanto proferiam insultos racistas, ondeavam bandeiras confederadas (considerada um símbolo racista) e Torres apontava uma arma à família.

No dia do incidente, Norton e Torres faziam parte de um grupo denominado “Respect the Flag” (“Respeite a Bandeira”) que realizava um encontro a favor da bandeira confederada em um parque próximo à casa da família do garoto.

De acordo com dados apresentados na corte por David Emadi, da Promotoria do Condado de Douglas, onde ocorreu o incidente, o grupo já tinha sido detido em pelo menos duas ocasiões anteriores por insultar residentes negros da zona.

“Este caso não se trata da Primeira Emenda ou do direito de alguém a ondear uma bandeira confederada… Este caso é sobre o direito fundamental que todas as pessoas têm em nossa comunidade para viver livres do medo de que em qualquer momento serão agredidos, ameaçados e possivelmente mortos simplesmente pela cor de sua pele”, indicou Emadi em seu argumento final perante o júri.

“Este caso trata do direito a vivermos livres do medo à violência e da perseguição de pistoleiros como Torres e Norton e seus amigos da Supremacia Branca que acreditam ter direito a incomodar qualquer um que seja diferente deles”, acrescentou na nota da sentença publicada pela Promotoria em sua página de Facebook.

Após a sentença, Norton chorou e pediu perdão à mãe do menor pelo ocorrido.

“Quero que saibam que essa não sou eu. Essa não sou eu, esse não é ele”, disse a mulher chorando.

“Eu nunca me aproximaria do senhor e lhe diria essas palavras. Sinto muito que isto tenha ocorrido. Sinto muito”, acrescentou.

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS