Luis Soares
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Eleições 2012 17/Out/2012 às 16:04 COMENTÁRIOS
Eleições 2012

Líderes do PSOL afirmam que aliança com DEM desmoraliza história do partido

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 17 Out, 2012 às 16h04

Lideranças afirmam que aliança com DEM em Macapá desmoraliza história do partido no Brasil. Nota do partido ameaça expulsar Clécio e Randolfe das fileiras do PSOL caso aliança seja mantida

A aliança anunciada na última quinta-feira (11) entre o PSOL e DEM para o segundo turno da eleição municipal em Macapá, ganhou as páginas dos noticiários nacionais. Enquanto em terras tucujus a aliança era festejada pelo novo, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL) sofria duras críticas país a fora.

Puramente eleitoreira, a aliança foi alvo de críticas dos dirigentes do PSOL nacional que assinaram nota pedindo providências ao presidente do partido, deputado Ivan Valente (PSOL/SP).

psol dem macapá

Clécio Santos (centro) festejou apoio do DEM e do PSDB no segundo turno em Macapá. Algumas lideranças do partido, por outro lado, se dizem indignadas. Foto: PSOL

A nota chama de “agressão” a aliança entre o candidato Clécio Luis e o candidato derrotado Davi Alcolumbre do democratas que fez coligação com PSDB e PTB.

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“É evidente que a candidatura a prefeito de um deputado federal do DEM, apoiada por DEM, PTB e PSDB, só pode ser uma candidatura de direita, da qual não devemos buscar o apoio, e com a qual, muito menos, podemos fazer qualquer aliança programática. Tampouco faz nenhum sentido fazer com estes partidos uma “aliança pela moralidade”. DEM, PTB e PSDB estão na lista de partidos com os quais o DN do PSOL proibiu qualquer aliança nas eleições de 2012. Se esta aliança se mantiver, representará uma mancha que envergonhará e indignará todo o PSOL; obviamente, não se trata de um assunto do PSOL do Amapá apenas”, diz a nota.

Desmoralização

Em um dos trechos a nota é bastante dura com os representantes do PSOL no Amapá. “Um partido cuja razão de ser é representar uma alternativa de esquerda à adaptação da maior parte da antiga esquerda brasileira ao social-liberalismo não pode tolerar esta aliança em Macapá, sob pena de se desmoralizar e de comprometer todo o seu discurso político. A desastrada política encaminhada em Macapá deve ser revertida, ou os responsáveis por ela deverão ser sancionados pelo partido. Se não adequarem sua atuação à linha do partido, não deverão ter lugar nas suas fileiras”, diz a nota publicada ontem (16) no site do PSOL nacional.

Agora o senador Randolfe Rodrigues terá que explicar no Amapá que a aliança tão festejada não passa de apoio unilateral do candidato Davi Alcolumbre. E que se for mantida como declarada poderá trazer sérios problemas à eleição de Clécio Luis na capital.

Para os holofotes globais, o único representante do PSOL no Senado Federal, pediu a cassação de Demóstenes Torres , senador do DEM goiano. Mas em terras tucujus aceitou que o DEM entrasse no arco de alianças para que o novo pudesse disputar o segundo turno em Macapá. Ao que parece em terras tucujus vale tudo, só não vale perder a eleição.

Revolta

A nota do PSOL cearense é ainda mais dura contra a aliança costurada em Macapá a quem chama de “irresponsável, suicida, absurda e injustificável”. Leia na íntegra:

Carta aberta do PSOL/Ceará

O Partido Socialismo e Liberdade, seção cearense, por meio de sua Comissão Executiva Estadual, diante da irresponsável, suicida, absurda e injustificável política de alianças do Psol em Macapá e diante do silêncio das instâncias nacionais do partido e em respeito às resoluções democráticas do partido quanto à política de alianças, se dirige ao conjunto do partido e à sociedade brasileira para:

1. REPUDIAR, da forma mais veemente possível, a aliança realizada pela campanha de nosso candidato à prefeito de Macapá, Clécio Luis, com o DEM e outros setores, candidatos e partidos conservadores e reacionários daquela capital; seu efeito devastador e desmoralizador para o nosso pequeno, mas, aguerrido e necessário partido é semelhante à filiação (e candidatura) de um miliciano no Rio de Janeiro, prontamente rechaçada pela direção nacional do partido.

2. DEPLORAR a postura de nosso único representante na Câmara Alta, o Senador Randolfe Rodrigues, que, negando sua atuação em Brasília de combate ao DEM, às oligarquias e à corrupção (vide a cassação de Demóstenes), patrocina alianças com esses mesmos setores em seu Estado natal, o Amapá.

3. ESTRANHAR o silêncio de nosso Presidente Nacional, Dep. Ivan Valente, cuja trajetória exemplar de combativo militante comunista não se coaduna com a omissão até o presente momento; Ivan não pode passar à história como o dirigente em cuja gestão se patrocina a liquidação – que não queremos consumada – de nosso partido.

4. EXIGIR da Direção Nacional do Partido o CUMPRIMENTO DE NOSSAS RESOLUÇÕES PARTIDÁRIAS, DESAUTORIZANDO, desde já, publicamente essa aliança, DETERMINANDO a não participação de figuras públicas do DEM (e de outros partidos da direita) em nossa Campanha Eleitoral (inclusive no programa eleitoral) e ABRINDO procedimento de ética para apuração da conduta de filiados que se choca contra as decisões partidárias.

5. CONCLAMAR tod@s @s parlamentares, dirigentes, militantes, filiado@s e simpatizantes do PSOL em todo o país a SE LEVANTAR contra essa vil conduta que desonra e envergonha a tod@s nós e a DEFENDER de forma veemente o nosso Partido Socialismo e Liberdade d@s inimig@s, estejam ele/a/s dentro ou fora do partido; o lugar de quem quer se aliar e fazer política com a direita conservadora, corrupta e reacionária não é o PSOL. As campanhas do partido em Fortaleza, no Rio de Janeiro e em outros municípios demonstram que a coerência com nossos princípios é o melhor caminho a seguir.

VIVA O PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE
Fortaleza, 16 de outubro de 2012
Partido Socialismo e Liberdade – Comissão Executiva Estadual – Ceará

Com A Gazeta

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