Redação Pragmatismo
Drogas 26/Mai/2017 às 15:18 COMENTÁRIOS
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Nova cracolândia dobra de tamanho em apenas um dia

Publicado em 26 Mai, 2017 às 15h18

Comerciantes da região da nova cracolândia vivem clima de tensão e se dizem prejudicados com a presença dos usuários. O local já registra furtos e cortes de fiação de energia elétrica. Outras 23 'minicracolândias' foram criadas a partir da operação de João Doria

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O Ministério Público de São Paulo já havia alertado o que agora se vê na prática: a cracolândia mudou de lugar e está em expansão.

Depois da ação de higienização promovida por João Doria (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSDB) no último domingo (21), os dependentes químicos estão concentrando na praça Princesa Isabel, no centro da capital paulista.

Segundo informações da Guarda Civil Metropolitana, de quinta-feira (25) para hoje o número de viciados no local dobrou. Passou de 300 para 600.

Além disso, foram criadas 23 espécies de ‘minicracolândias’, como revelou reportagem publicada no portal UOL.

Na praça Princesa Isabel está a maior concentração de usuários. Na manhã desta sexta-feira (26), os viciados seguiam ocupando o bosque da praça. O vaivém do grupo, o chamado fluxo, pelo terreno, era interrompido com a abordagem de assistentes sociais que buscavam dar orientações para tirá-los dali.

De frente para a nova ocupação, o clima era de tensão. Os comerciantes da rua Guaianases se dizem prejudicados com a presença dos usuários.

A rua já registra casos de tentativa de furto, cortes de fiação de energia elétrica e redução significativa no número de clientes.

Um comerciante afirma que o número de refeições servidas no horário do almoço vem caindo desde a chegada dos viciados. Na quinta, a queda foi de 50%. “Vai ser o fim de uma era comercial na região”, disse.

Ele revelou ainda que foi obrigado a contratar um segurança, que fica na frente do estabelecimento, para tranquilizar os frequentadores.

Mais expansão

Todo esse número de cracolândias e de ‘minicracolândias’ pode aumentar ainda mais, segundo o promotor Arthur Pinto Filho, de Direitos Humanos na área da Saúde, já que os usuários que estavam na maior Cracolândia, a da Luz, se espalharam pela capital depois dessa operação conjunta do governo estadual e da Prefeitura para coibir o tráfico na região.

Ao invés de resolver problema da dependência, espalha pessoas e cria mais cracolândias e ‘minicracolândias'”, disse na terça-feira (23) o promotor Arthur à reportagem, criticando a ação que provocou a debandada dos usuários da Luz.

Novas operações similares às de domingo deverão ocorrer nas outras cracolândias e ‘minicracolândias’, segundo informou recentemente o prefeito João Doria (PSDB). Ele não antecipou, no entanto, quando e onde exatamente as ações ocorrerão.

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