Redação Pragmatismo
Contra o Preconceito 07/Ago/2017 às 12:14 COMENTÁRIOS
Contra o Preconceito

Diretora da UFG: “Sou a primeira negra, nordestina e comunista a dirigir esta casa”

Publicado em 07 Ago, 2017 às 12h14

“Sou a primeira mulher a dirigir esta casa, mas esse não é o único significado social e político. Sou também a primeira mulher negra, nordestina e comunista a dirigir esta casa”

Bartira Macedo de Miranda Santos

Na última terça-feira (1), a professora Bartira Macedo de Miranda Santos tomou posse como nova diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (FD/UFG), pelos próximos quatro anos. Em discurso emocionado e contundente, a professora enfatizou ser a primeira mulher negra e nordestina a assumir o cargo na universidade.

Sou a primeira mulher a dirigir esta casa, mas esse não é o único significado social e político. Sou também a primeira mulher negra, nordestina e comunista a dirigir esta casa”, disse.

Bartira também fez uma menção especial ao corpo docente, incluindo os professores aposentados, aos servidores e aos estudantes da unidade – estes últimos, segundo a professora, os grandes motivadores de sua candidatura à direção. A nova diretora lembrou das conquistas mais recentes, como a reserva de vagas nos cursos de graduação, e dos desafios a serem enfrentados diante de um momento político conturbado e um cenário de cortes orçamentários.

Em seu discurso, Bartira cobrou dos estudantes uma postura de enfrentamento às desigualdades e às injustiças de uma sociedade patriarcal e capitalista:

“Esse Direito já não nos serve mais. Espero que os alunos, especialmente os cotistas, que serão os juristas do século XXI, não se contentem com esse ponto de vista como se fosse o único e o correto. Precisamos construir um outro Direito, que leve em consideração as contradições e conflitos de classe, que esteja comprometido com os ideais democráticos e republicanos, com os direitos humanos e orientado para a implementação daqueles objetivos que a Constituição Federal nos fala”.

Aos professores, a nova diretora da FD falou da necessidade de se aproximar da sociedade, aprendendo a se comunicar com o povo. “Não podemos ser juristas encastelados em uma torre de marfim ou em nossas torres teóricas. Temos que aprender a dialogar com a sociedade. Nessa tarefa, nosso embate muitas vezes não será com o conhecimento, mas com a própria ignorância que a cada dia ganha mais espaço na mídia e nas redes sociais”, ponderou.

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