Provas contra Lula são "batom na cueca", diz procurador da Zelotes
Procurador Hebert Mesquita disse à imprensa que o Ministério Público Federal tem uma série de mensagens que são as provas contra Lula na Operação Zelotes. "Com o perdão da expressão, é batom na cueca", comentou
O procurador Hebert Mesquita disse à imprensa nesta terça (12) que o Ministério Público Federal tem uma série de mensagens que são as provas contra Lula no processo em que ele é acusado de tráfico de influência na compra dos caças suecos pelo governo Dilma.
Segundo ele, um dos e-mails revelados por investigados cita claramente que Lula tinha poder de decisão sobre a edição da Medida Provisória 627/13. “Está tudo documentado. Com o perdão da expressão, é batom na cueca”, comentou, ao sair de uma audiência na 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.
Segundo o Estadão, Mesquita afirmou que as mensagens e documentos “comprovam que Lula e o filho caçula, o empresário Luís Cláudio Lula da Silva, se envolveram em negociações com lobistas do setor privado, relativas ao contrato de compra de caças suecos fabricados pela multinacional sueca Saab e à edição da medida provisória 627, de 2013, que prorrogou inventivos fiscais a montadoras de veículos.”
Os procuradores incriminam encontros para tratar dos dois assuntos e o fato de uma empresa de Luís Cláudio ter recebido R$ 2,5 milhões do lobista Mauro Marcondes Machado, representante das empresas interessadas nas decisões.
Nesta terça (12), quatro testemunhas de defesa de Lula e do filho depuseram na ação penal que tramita em Brasília, entre elas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. De acordo com o advogado de Lula, Cristiano Zanin, FHC teria ajudado a esclarecer que Lula não teria como interferir nos assuntos questionados pelo MPF.
Para Mesquita, contudo, o depoimento não prejudica a acusação, uma vez que Lula é acusado de “vender fumaça“, ou seja, cobrar propina com a promessa de ter influência. Não importa, portanto, se o governo Dilma, de fato, agiu sob orientação de Lula.