Redação Pragmatismo
Capitalismo 05/Out/2017 às 16:23 COMENTÁRIOS
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Mulher morre após fazer 160 horas extras em um mês de trabalho

Publicado em 05 Out, 2017 às 16h23

Principal emissora de TV do Japão reconhece que funcionária morreu por excesso de trabalho. Jornalista perdeu a vida após longas jornadas sem descanso. Caso reabre discussão sobre equilíbrio entre vida pessoal e trabalho

mulher morre Miwa Sado
A jornalista Miwa Sado

Uma mulher japonesa morreu por insuficiência cardíaca após trabalhar 159 horas extras em um mês – ela tirou apenas dois dias de folga neste período.

O caso aconteceu em julho de 2013, mas a empresa só reconheceu que a causa da morte foi excesso de trabalho nesta semana, a pedido da família da vítima.

Miwa Sado, 31, trabalhava como repórter de política na maior emissora pública do Japão, a NHK. No mês de sua morte, ela cobriu as eleições da Assembleia Metropolitana de Tóquio e da Alta Câmara Nacional do Japão.

De acordo com um alto funcionário do departamento de notícias da NHK, Masahiko Yamauchi, a empresa demorou três anos para divulgar a morte de Miwa em respeito à família da jornalista.

Yamauchi afirmou que a morte dela é um “problema para a a organização como um todo, incluindo o sistema trabalhista e como as eleições são cobertas”.

A família de Miwa publicou uma mensagem sobre a morte dela: “Ainda hoje, quatro anos depois, não podemos aceitar a morte de nossa filha como uma realidade. Esperamos que a tristeza de uma família enlutada não seja desperdiçada”.

Vida pessoal e trabalho

O caso de Miwa reabre a discussão sobre como os japoneses equilibram a vida pessoal e o trabalho. Mais de 2.000 japoneses se mataram por problemas relacionados ao trabalho em março de 2016, segundo um relatório divulgado pelo governo – o documento não leva em consideração as mortes por ataques cardíacos, derrames e outras doenças que podem ser engatilhadas por excesso de tempo no trabalho.

No Japão, 22,7% das empresas admitiram que funcionários faziam mais de 80 horas extras por mês. O levantamento do governo considerou os meses de dezembro de 2015 a janeiro de 2016.

Em abril de 2015, Matsuri Takahashi, 24, tirou a própria vida por stress causado pelas longas jornadas de trabalho. No mês anterior à sua morte, ela chegou a fazer mais de 100 horas extras.

Com a repercussão do caso de Matsuri, o governo propôs que os funcionários pudessem fazer no máximo 100 horas adicionais por mês e também sanções as empresas que permitissem que o limite fosse excedido.

AFP

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