Redação Pragmatismo
Barbárie 06/Out/2017 às 10:40 COMENTÁRIOS
Barbárie

Professora que salvou várias crianças da creche em Janaúba não resiste e morre

Publicado em 06 Out, 2017 às 10h40

Professora que salvou várias crianças das chamas na creche de Janaúba não resiste aos ferimentos e morre. Ela teve 90% do corpo queimado. Heley de Abreu já havia passado por uma tragédia familiar há 12 anos. Bombeiros informaram ainda que uma das crianças que havia sido dada como morta conseguiu sobreviver

professora creche em Janaúba
A professora Heley de Abreu Silva Batista

A Polícia Civil confirmou a morte de uma professora de 43 anos que tentou salvar as crianças do fogo que as consumiam durante o ataque à creche em Janaúba (MG) nesta quinta-feira (05). A tragédia abalou o Brasil.

A educadora Heley de Abreu Silva Batista não resistiu aos graves ferimentos. Ela teve 90% do corpo queimado.

Professora há quase duas décadas, testemunhas relataram que Heley conseguiu salvar diversas crianças da creche Gente Inocente antes de o vigia Damião Soares dos Santos também atear fogo no corpo dela.

“Ela estava queimada e insistia em tirar as crianças. Acho que ela salvou a maioria. É a força que Deus deu para ela, de ter essa coragem. Só Deus mesmo, sabe. Eu nem sei… Ela foi uma heroína de ter salvado essas crianças. Toda vida ela foi assim, uma mulher que não tinha medo de nada. Ela enfrentava qualquer parada. Era da natureza dela”, disse a mãe de Heley.

Segundo relato da madrinha de um dos três filhos de Heley, Rejane Rodrigues Brito, a professora pediu para que os meninos deitassem no chão e tentou abafar o fogo, o que talvez tenha sido suficiente para evitar a morte de algumas das crianças.

Amor por crianças

Rejane conta que Heley dedicava-se com afinco às aulas e que começou a trabalhar na creche há pouco mais de um ano. “Ela era apaixonada pelos meninos. Disseram que ela tentou bater o fogo, deitar os meninos, rolar no chão, mas ele jogou álcool nela também”, conta.

Mãe de um casal adolescente e um bebê de um ano, a professora Heley escolheu a Pedagogia como profissão por amar crianças. Assim descreve também o professor Izael Junior, que trabalhou com a vítima.

“Trabalhamos há anos juntos e dei aula para os filhos dela. Uma excelente professora e ótima pessoa. Todos tinham um carinho enorme por ela”, relatou.

Tragédia há 12 anos

A tragédia na creche remete a uma tragédia pessoal da professora. Doze anos atrás, um filho recém-nascido de Heley morreu afogado em uma piscina. À época grávida, a professora sofreu bastante e enfrentou a dor na sala de aula, ao lado de outras crianças.

“Foi terrível, mas também vieram boas conquistas depois. Já quase com 40 anos e dois filhos crescidos, ela recebeu a notícia de que teria mais um filho. Nem estava esperando. Todos ficaram muito felizes. Quando soube até achei que ela estava brincando. Hoje o menino está com um ano”, disse Izael.

Criança viva

Uma das crianças que havia sido dada como morta após o ataque na creche em Janaúba sobreviveu. Com isso, o número de crianças mortas foi revisado de seis para cinco. As informações foram divulgadas pelo Corpo de Bombeiros.

Segundo os bombeiros, houve um erro de avaliação médica e Cecília Davina Gonçalves Dias, de 4 anos, que estava com parada cardíaca, foi reanimada após manobras.

Outras crianças e funcionários da creche ficaram feridos no ataque. Trinta e oito pessoas permanecem internadas em hospitais de Montes Claros, Janaúba e Belo Horizonte. Entre elas, estão 22 crianças.

com informações da mídia local

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS