Redação Pragmatismo
Racismo não 25/Out/2017 às 16:07 COMENTÁRIOS
Racismo não

Atriz global divulga nota após estrelar campanha considerada racista

Publicado em 25 Out, 2017 às 16h07

Atriz global divulga pedido de desculpas após repercussão negativa de peça publicitária. Maria Ruy Barbosa estrelou campanha que foi acusada de racismo por se apropriar de slogan do movimento negro

Marina Ruy Barbosa campanha racista

A atriz Marina Ruy Barbosa pediu desculpas hoje para as pessoas que se sentiram ofendidas pela campanha da marca Personal, que lançou um papel higiênico preto.

A campanha foi acusada de racismo por se apropriar do slogan ‘Black is Beautiful’ (preto é lindo), usado pelo movimento negro americano desde a década de 1960.

“Peço desculpas às pessoas que se sentiram afetadas. Estou bem triste por tudo isso e espero que entendam que jamais foi feito com a intenção de ofender”, escreveu ela em seu perfil no Instagram.

A atriz afirma que não foi intenção da campanha ‘seguir por este caminho polêmico ou desrespeitar qualquer tipo de pessoa’.

“Lamento profundamente que algumas pessoas tenham interpretado o trabalho publicitário da Santher de forma diferente do que foi idealizado. Tenho certeza de que essa nunca tenha sido a intenção da marca e das pessoas que criaram esta ação, a de seguir por este caminho polêmico ou desrespeitar qualquer tipo de pessoa”, escreveu.

Um dos críticos da campanha foi o escritor Anderson França, o Dinho. Em postagem nas redes sociais, ele afirma que ‘se você digitar “black is beautiful” em qualquer lugar do mundo encontrará referências a Angela Davis, Malcolm X, O Partido Panteras Negras para Autodefesa, Fela Kuti, James Baldwin, Nina Simone’.

“Mas, no Brasil, se você digitar #blackisbeautiful você vai encontrar papel de bunda. […] Aquilo que você usa pra se limpar de excremento, e em seguida elimina, tomado de nojo e aversão. Aquilo que tem apenas uma função: limpar fezes e secar urina de suas carnes, e ir para o lixo. Se isso não é uma demonstração explícita de racismo e humilhação étnica, criminosa, eu perdi alguma aula.”

A luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos, em meados do século passado, envolveu diversas manifestações públicas contra a segregação dos negros, muitas delas reprimidas com violência pelas forças policiais.

Um dos casos mais emblemáticos foi o de Rosa Parks, que em 1º de dezembro de 1955 se recusou a sair do assento em que estava, destinado a brancos, em um ônibus na cidade de Montgomery, Alabama. Rosa foi detida, e o fato gerou uma onda de protestos que culminaram com a revogação da segregação em transportes públicos.

Na década de 1960, artistas, intelectuais e outras personalidades demonstravam o orgulho de ser negro e da sua cultura como forma de combater a discriminação. O slogan desse sentimento, parte do movimento “Black Power”, era “Black is Beautiful”, que foi inspirado na obra do poeta negro Langston Hughes.

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