Fernando Haddad recebe apoio de intelectuais para candidatura 2012
Um grupo de 30 intelectuais ligados ao PT se reuniu no fim de semana na casa do ministro Fernando Haddad (Educação) em um jantar de apoio à sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo no ano que vem.
Haddad é um dos pré-candidatos do PT à prefeitura de SP |
acadêmicos em apoio à candidatura, embora o tema não tenha sido debatido
durante o jantar. Entre os participantes do encontro estiveram os
filósofos Vladimir Safatle e Marilena Chauí, o cientista político André
Singer, o jornalista Eugenio Bucci e a psicanalista Maria Rita Kehl.
Novato em disputas na sigla, Haddad iniciou há duas semanas um périplo
pelos diretórios zonais do partido, em caravanas que reúnem todos os
pré-candidatos. Paralelamente, busca apoios que legitimem sua
candidatura para além da preferência já manifestada pelo ex-presidente
Lula.
No jantar, Haddad fez um diagnóstico da cidade e criticou o
“esgarçamento” da relação entre o PT e setores médios da sociedade,
entre os quais a intelectualidade. Disse que deseja implantar o ensino
integral em toda a rede da cidade, criticou a parceria com Organizações
Sociais na saúde e disse que a prefeitura deveria conter a especulação
imobiliária.
Alguns dos participantes do jantar têm antiga relação de amizade e
profissional com Haddad. Eugenio Bucci e ele militaram no mesmo grupo
político no Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da
USP, no início dos anos 1980.
“O ministro Haddad é a pessoa mais vocacionada que conheço para exercer um cargo no Executivo”, disse Bucci há duas semanas.
Costura política
Paralelamente à aproximação com os acadêmicos, Haddad conta com Lula e
seus aliados mais próximos no PT para tentar vencer resistências da
militância.
Graças ao apoio do presidente estadual do partido, Edinho Silva, um dos
diretórios zonais, do Ipiranga, anunciou que não fará parte do ciclo de
debates entre os postulantes e antecipou a preferência por Haddad.
Lula procurou um dos principais apoiadores da senadora Marta Suplicy, o
líder do governo Candido Vaccarezza, e lhe pediu ajuda para evitar as
prévias na capital.
Outra tentativa de mostrar força política, porém, fracassou.
“Haddadistas” como Edinho e os prefeitos Emídio Souza (Osasco) e Luiz
Marinho (São Bernardo) tentaram articular uma moção de apoio da corrente
CNB (Construindo um Novo Brasil), que tem 25% do diretório da capital,
ao ministro.
As expectativas foram frustradas quando o deputado Ricardo Berzoini se
recusou a assiná-la e criticou a tentativa de cercear a democracia
interna.