Aluno da FGV é denunciado e suspenso após foto racista
Aluno da FGV é acusado de racismo após publicação de foto com comentário deplorável. A vítima, também aluno da faculdade, registrou BO e vai levar o caso adiante. “Não descansarei até você ser expulso da faculdade. Pessoas como você não devem e nem podem ter um diploma da FGV. Não passará!”
Um estudante do curso de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi suspenso por três meses da instituição de ensino após publicar uma foto racista com a seguinte legenda: “Achei esse escravo no fumódromo! Quem for o dono avisa!”.
A vítima, que também estuda na faculdade, registrou boletim de ocorrência por injúria racial nesta quinta-feira (8) e disse que vai até as últimas consequências para que o caso não termine impunemente.
“Não descansarei até você ser expulso dessa faculdade. Pessoas como você não devem e nem podem ter um diploma da Fundação Getulio Vargas. A mensagem é curta e direta. Mas serve para qualquer outrx racista da Fundação. Não passará!”, escreveu em post publicado nas redes sociais.
A vítima destaca ainda que o colega foi covarde ao fotografá-lo sem que ele percebesse e por não ter tido a coragem de enfrentá-lo e proferir pessoalmente o comentário racista.
“Tão perto de mim…porque não foi falar na minha cara? Mas você optou pela atitude covarde de tirar uma foto minha e jogar no grupo dos amiguinhos. Se seu intuito foi fazer uma piada, definitivamente você não tem esse dom. Acha que aqui não é lugar de preto? Saiba que muito antes de você pensar em prestar FGV eu já caminhava por esses corredores. Se você me conhecesse, não teria se atrevido. O que você fez além de imoral é crime! As providências legais já foram tomadas e você pagará pelos seus atos”, destacou a vítima.
Nota da FGV
Em nota, a FGV afirma que “ante a possível conotação racista da ofensa (…) aplicou severa punição ao ofensor, que foi suspenso de suas atividades curriculares por três meses, estando impedido de frequentar a escola, sem ressalva da adoção de medidas complementares, a partir da apuração dos fatos pelas autoridades competentes”.
A faculdade ainda salienta que “o comentário ofensivo foi feito em grupo privado do qual o ofensor fazia parte, sem qualquer participação, ainda que indireta, da FGV”.
Coletivo negro 20 de Novembro FGV
A seguir, confira a manifestação oficial do ‘Coletivo Negro 20 de Novembro FGV’ a respeito do caso:
“Vivemos num país livre. Infelizmente essa liberdade muitas vezes é tão somente formal. As desigualdades de renda, classe, gênero e de cor nas terras de Machado de Assis, Dandara, Luís Gama, Carolina de Jesus, Joaquim Barbosa e Thais Araújo, nos dizem que indivíduos ainda são cerceados de ser quem realmente são. Negros e negras são minoria nas prestigiadas instituições de ensino superior. Homens negros são a maior parte da população carcerária do país. Mulheres negras sofrem duas vezes mais com o feminicídio do que mulheres brancas. Crianças negras são a grande maioria do corpo discente do péssimo ensino público. LGBTSs negros fazem parte de uma das populações mais vulneráveis para o desenvolvimento de doenças mentais. Sendo assim, o coletivo 20 de novembro se levanta e diz: Basta!”